Pois é, caras abelhas, vivemos num país cheio de flores, e de gente parva. De gente ignorante. E não estou a falar daqueles que, por azar ou por quaisquer outros condicionantes, não puderam frequentar a escola, mas sim dos que a frequentaram e agora andam com o canudo enfiado nas goelas, a vomitar postas de pescada, como se fossem donos da verdade.
A 10 de Fevereiro de 2010, o jovem André Correia, estudante de medicina, foi impedido de doar sangue no hospital de Santo António, no Porto, por ser homossexual. Era doador naquele hospital há 10 anos. Resolveu responder positivamente à pergunta "se é homem, alguma vez teve relações com outro homem". O director da unidade de saúde em questão, Manuel Campos, referiu que o jovem só teria doado sangue anteriormente "porque não declarou expressamente ser homossexual", porque o facto de "ter tido relações homossexuais" o exclui imediatamente da lista de dadores, pelas razões que são conhecidas e apoiadas pelo Ministério da Saúde...
Nove dias depois, André Correia é aceite como dador no Instituto Português do Sangue, também no Porto. Aqui, pelos vistos, a sua orientação sexual não determina o facto de ser ou não uma pessoa responsável, de ter o direito de ser solidário, e de não ter que ser sujeito a um julgamento discriminatório. Estas razões também devem ser conhecidas pelo Ministério da Saúde, julgo.
O jovem acrescenta que no questionário a que respondeu, nunca sequer é perguntado se "usa preservativo nas relações sexuais". Pois, porque podia ser preciso, mas nem é. Quer dizer, se se for heterossexual, claro. Caso seja homossexual, nem o preservativo o salva. Pode ser que Deus chegue primeiro, quando mudarmos de Papa...
Meus amigos, foi o que foi.